segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem tem medo de Aranha?



Tecnologia social ou “tecnologia do improviso”?
Moro em Niterói e trabalho no Rio de Janeiro, o engarrafamento é certo para ir e para voltar. O fluxo é lento e contínuo, centenas de carros atravessam a ponte. Já chegando ao Rio, uma imagem sempre me impressiona, o pátio do porto lotado de carros novos, milimetricamente organizados! Carros, carros e mais carros…
Inevitavelmente uma pergunta sempre me vem à cabeça, com tantos carros novos o que é feito dos velhos? Imagino milhares de concessionárias fazendo promoções de “usados”, imagino periferias abarrotadas de ferros velhos e desmanches. Imagino mais engarrafamentos! No entanto, em pequenas cidades do interior do Brasil, de norte a sul, oficinas caseiras dão outro destino aos veículos usados. Ali, eles são transformados em pequenos utilitários. Veículos de carga utilizados nas propriedades rurais para o transporte e escoamento da produção. Em Alfredo Chavez, município montanhoso localizado no sul do Espírito Santo, produtor de bananas e leite, circulam centenas carrinhos batizados “Aranhas”. Somente as “Aranhas” conseguem subir as encostas íngremes e passar por terrenos acidentados onde são plantadas as bananas. O espaço do carro é otimizado para o transporte da carga e para o combustível. Geralmente, do lado do motorista vai o bujão de gás, atrás, numa carroceria improvisada, vão os produtos. Nem sempre é assim, existem muitos modelos personalizados ou “customizados” ao gosto do freguês. Do carro usado aproveita-se o chassi, motor e parte da lataria. No Oeste de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul veículos parecidos são utilizados no transporte de fumo, frutas e hortaliças. Em grande parte do nordeste milhares de veículos são adaptados para fazerem o transporte público, transporte escolar, mas isso é outra história….aguardem!

Um comentário:

Patricia Baldarelli disse...

Adorei a história, nãopara não, conta outras ok? É bom conseguir colocar em palavras aquilo que os olhos vêem....bj