sexta-feira, 23 de maio de 2014

A favela que não cabia na fotografia

No ano de 2001, quando eu ainda era um estudante do curso de jornalismo e com pretensões a fotógrafo vivi uma experiência que vale aqui ser relatada: Durante alguns meses fui estagiário em um grande jornal com sede no Rio de Janeiro. Nesse período procurava chegar o mais cedo possível na redação para acompanhar aqueles que eu considerava os “melhores” fotógrafos em suas empreitadas pela cidade. As editorias ligadas à cidade (Rio) eram as que mais me interessavam, as rondas, os casos policiais, as favelas, um certo ar de aventura. Certo dia, logo cedo, estávamos “na escuta” de um rádio da polícia que pedia reforço a outras viaturas para uma operação de emergência na Rocinha. Um grupo de policiais civis fora cercado por traficantes e estava encurralado em uma rua no alto do morro. Pegamos um carro e fomos até lá. Estávamos desorientados, sem saber para que local exatamente iríamos, outros profissionais da imprensa ainda não tinham chegado, o que nos serviria como referência. Por sorte, seguimos um grupo de policiais do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) que também acabara de chegar. Havia naquele momento uma grande tensão, não se sabia ao certo onde estavam os policiais encurralados e ouviam-se tiros ao longe. Era uma operação delicada e de risco. Pouca movimentação nas ruelas e nos becos, subíamos devagar. O repórter ficou para trás, prosseguimos apenas eu e o outro fotógrafo. O medo era grande, mas uma curiosidade ainda maior me movia. Aos poucos a “ordem” foi sendo estabelecida, os tiros cessaram; a chegada de mais policiais fez com que os “bandidos” recuassem. Ao longo do caminho fiz as fotos que “deveria” fazer, algumas prisões, apreensões, armas, nada além do clichê.
Mas trago comigo até hoje as imagens que eu não fiz e são essas as mais interessantes: a vida que seguia dentro das casas. A vida que eu via pelas portas entre abertas, pelas janelas. Mulheres fazendo comida, crianças preparando-se para ir à escola, senhores assistindo TV, velhas lavando roupa, gatos nas janelas. Eram de fato essas imagens que me interessavam. Aquela favela, a mim apresentada, embora numa ocasião não muito propícia, não cabia na minha fotografia. No dia seguinte as imagens que saíram estampadas no jornal eram a da prisão de alguns “traficantes” e a notícia de que os policiais haviam sido resgatados, o bem venceu o mal. E a favela ali representada foi reduzida mais uma vez a um espaço de violência, campo de lutas. Todos os moradores foram “apagados”, com exceção dos traficantes presos, que segundo os jornais se tornaram os legítimos representantes das favelas. Apagaram-se as histórias e as muitas narrativas. Fecharam-se as portas e as janelas.

domingo, 11 de maio de 2014

É PRECISO SIM, CHORAR SOBRE O LEITE DERRAMADO (Marcelo Valle)

Somos humanos ( ou deveríamos ser), mas também somos mamíferos, fato que nesse sentido , nos iguala aos morcegos, ratos, golfinhos e porque não dizer, às vacas. É justamente das vacas que vem a maior parte do leite que consumimos depois de “naturalmente” desmamados. E continuamos, pois, a explorá-las ao longo de toda a vida ( da vaca e da nossa): queijos, bolos, doces, cremes, cosméticos, iogurtes, gordura, trabalho, couro, chifre, ossos e até mesmo o mugido. Ora, mas voltemos ao leite. Embora existam controvérsias como sempre houve, ligadas às suas qualidades nutricionais, se ele nos faz bem ou faz mal, o fato é que o leite nos é quase sagrado, quase. Agora, imagine você , um certo senhor Jesus ensinando ao seus apóstolos a seguinte oração: “ O leite nosso de cada dia nos dai hoje...” Talvez tudo fosse diferente, talvez... As mulheres, as fêmeas de nossa espécie, nos dão a luz e isso nos bastaria para amá-las e dignifica-las por “longa vida”. As mulheres nos amamentam, nos dão leite e com ele fortalecem nosso frágil sistema imunológico, o leite materno nos é essencial. Opa, não poderia de deixar de dizer que, sobretudo o AMOR DE MÃE nos é essencial ( não no mesmo nível,claro). Mas, enfim, voltemos às vacas. Nascido em uma cidade de interior, onde os limites entre o rural e urbano eram muito tênues, me acostumei desde criança a ouvir casos de adulteração do leite ( de vaca), mas esses casos se limitavam às competições entre vacas produtoras nas exposições agropecuárias. Recentemente, mais uma notícia entre outras tantas me deixou chocado: a adulteração e o “reaproveitamento” de milhares de litros de leite estragados. Leite que foi quimicamente alterado utilizando-se , entre outros produtos, a soda caustica, elemento extremamente corrosivo. Longe das tetas das vaca, ironicamente nas caixinhas de “longa vida”, nossa vida vai sendo encurtada. Lembrei-me também do caso de diversas mulheres indígenas que vinham ( e talvez ainda venham) sendo sistematicamente envenenadas por agrotóxicos oriundos da pulverização dos campos de soja no Mato Grosso. O veneno absorvido pelo organismo dessas mulheres, muitas delas grávidas, era repassado aos seus bebês! Hoje é dia das mães , não é? Ligo a TV e assisto dezenas de homenagens, sobretudo vinda de Bancos, financeiras, lojas, empresas de cosméticos. A Televisão faz questão de me lembrar: compre, compre, compre, compre, compre, compre, você tem mãe FILHO DA PUTA!!!

terça-feira, 15 de abril de 2014

Um instante, Bresson!

Henri Cartier-Bresson (1908-2004), talvez o mais famoso dentre todos os “grandes fotógrafos” do século XX, ficou conhecido como o fotógrafo do “instante decisivo”. Bresson se dizia amante da pintura, do desenho e do cinema afirmava que essas imagens o ensinaram a ver. Também gostava de escrever e nos legou alguns textos sobre fotografia, talvez o mais famoso seja “O imaginário segundo a natureza” em que ele escreveu: Fotografar é prender a respiração quando todas as nossas faculdades se conjugam diante da realidade fugidia; é nesse momento que a captura da imagem é uma grande alegria física e intelectual. Fotografar é por na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração Quanto a mim, fotografar é um meio de compreender que não pode ser separado dos outros meios de expressão visual. Ë uma maneira de gritar, libertar-se, não de provar nem de afirmar sua própria originalidade. Ë uma maneira de viver...Há quem faça fotografias previamente arranjadas e há os que vão à descoberta da imagem e a captam. A máquina fotográfica é para mim um bloco de esboços, o instrumento da intuição e da espontaneidade, a senhora do instante, que, em termos visuais questiona e decide ao mesmo tempo. (BRESSON, 2004:12) Bresson acreditava numa certa espontaneidade do instante, a lei natural ao qual o instante está submetido não é a da gravidade, e sim a da perpétua mudança. A configuração do instante só é percebida como nuance de sua passagem, lembra Lissovisky (2008: 80). O instantâneo fotográfico seria assim um divisor de águas (ou melhor, de tempos), o futuro da imagem e o passado das coisas e dos corpos. As coisas e os corpos têm sua temporalidade e é isso que angustia Bresson: De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa um momento preciso. Nós jogamos com as coisas que desaparecem, e quando desapareceram, é impossível fazê-las reviver... Para nós, o que desaparece, desaparece para sempre: daí nossa angústia e também originalidade essencial do nosso ofício (CARTIER-BRESSON, 2004:19).
BRESSON, Henri-Cartier. "O imaginário segundo a natureza" LISSOVISKY, Mauricio, A Máquina de Esperar: origem e estética da fotografia moderna/Rio de janeiro: Mauad X, 2008.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

RÁPIDO DESABAFO!!!

Tenho acompanhado de perto algumas manifestações ao longo dos últimos dias e produzido fotos tentando mostrar a diversidade de situações sem querer chegar a uma "verdade". Todas elas estão disponíveis para o uso de vocês ou de qualquer um que queira utiliza-las. Ontem, dia 22 de julho, por volta das 23 horas estava esperando um ônibus pra voltar para Niterói junto com um amigo. Fui " parado" por um policial de forma extremamente violenta e arbitrária simplesmente porque resolvi me aproximar de um grupo de cerca de 15 policiais que estavam dando uma "dura" em dois rapazes na rua das Laranjeiras, na altura das Lojas Americanas. Esse policial identificado como Marcos (nome que estava escrito na farda) se aproximou, me puxou pelo braço dizendo que eu estava com os jovens. Eu disse que era jornalista e estava fazendo o meu trabalho observando o trabalho deles, exercendo também o meu meu direito de ir vir. Imediatamente ele sacou uma pistola apontou para o meu peito e disse o seguinte em voz alta:_Eu sou polícia e vou te mostrar como polícia trabalha! Você é suspeito! Aqui você é suspeito! De costas pra parede, abra as pernas e fica de costas pra parede!!! ( Em seguida ele me deu aquela patolada básica). Mais uma vez eu disse que era jornalista e que estava com uma câmera para fotografar a chegada do Papa. Ele abriu a mochila pegou a câmera e mudou de tom.Outros policiais "bonzinhos" se aproximaram e perguntaram o que estava acontecendo. O tal Marcos me pediu os documentos. Entreguei minha carteira do mestrado da UFF, ele alterou a voz mais uma vez, agora com tom de deboche dizendo o seguinte: _ Essa identificação aqui não serve, tá me achando com cara de reitor? Essa aqui não serve! Mas eu tô vendo que você é um cara de bem e vou te liberar! Mas deveria te levar pra delegacia!!! Eu respondi: _Pode levar! Não fiz nada de errado! Qual o seu batalhão "amigo" Marcos? _ Tá querendo saber demais! Cala a boca que eu já te liberei! Vai embora, vai embora! Eu fui, entre a vitória e a derrota!

GENTE ESCROTA, GENTE ESCROTA !!!

Bem sei que GENTE ESCROTA existe, mas ainda me surpreendo quando me deparo com uma, em carne e osso, bem ali na minha frente! É sobretudo nas palavras, nos discursos, que essas "entidades" tomam forma, se materializam! Na maioira das vezes são tão covardes que não têm coragem para materializar essas palavras em práticas, em ações. Para isso contam com mais GENTE ESCROTA. Eu explico: ontem, quando eu voltava para casa por volta das 18 horas, recebi a triste notícia de que uma casa na rua em que moro foi destruída por um incêndio. Num primeiro momento, fiquei muito preocupado, afinal essa casa poderia ter sido a minha, por sorte, não era. Descobri ,no entanto, que se tratava de uma casa antiga, do outro lado rua, mal cuidada pela falta de recursos dos moradores. Pensei logo em uma tragédia maior, afinal lá viviam uma casal com três filhos pequenos, uma velha senhora e dois cães. Logo fiquei sabendo que nada pior tinha acontecido com eles, no momento, não havia ninguém em casa. Fui até o local do incêndio, havia anida muita brasa e sinais de fumaça. Fiquei preocupado, fui até um barzinho próximo buscar por mais informações sobre o paradeiro da família. Ali, uma jovem me mostrou algumas fotos da casa em chamas e me levou até uma mesa onde estava a tal "entidade". Ela ( a entidade) era uma senhora, com os seus 60 anos e muito, muito antipática. Ao me aproximar ela foi logo dizendo de forma irôncia e ar "superior": _ O que você quer? Você mora onde?!! Apontei para minha casa, na subida. Ela olhou com desdém. Perguntei se ela sabia algo sobre o pessoal da casa. Ela ironicamente respondeu que estavam bem e que eu não deveria me preocupar porque agora depois do incêndio a "área iria ficar" mais limpa! Menos pobre na área! Ela dizia ,orgulhosa, que assistiu a cena toda do camarote, bebendo sua cervejinha gelada! Quando eu disse que parte da casa ainda estava em brasa, ela, quase aos berros , falou.: você está mentido, você está mentindo!!! Pouco tempo depois os bombeiros voltaram. Enfim....CUIDADO, GENTE ESCROTA EXISTE!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

SOBRE FOTOGRAFIA 4: Um pouco da fotografia brasileira no século XIX

Na fotografia realizada no Brasil, no século XIX, estendendo-se também até os primeiros anos do século XX, vão prevalecer sobretudo as paisagens e os retratos. Essas paisagens dividem-se em dois grandes grupos, as naturais e as urbanas. As paisagens naturais vão dar conta de um Brasil exuberante, selvagem, e colocam o espectador em contato com a natureza. As paisagens urbanas apontam para o progresso e a transformação, aos poucos o país vai se libertando dos traços “coloniais” clássicos portugueses. O progresso também é retratado na interiorização do Brasil através de grandes obras que desafiam a natureza como as estradas de ferro, hidroelétricas, pontes, aquedutos, entre outros. Durante o Império de D. Pedro II, muitos fotógrafos estrangeiros contribuíram para a construção de relatos fotográficos sobre o Brasil, acompanhando diferentes expedições e comitivas científicas, segundo BORGES (2011):
"Assim como as viagens fotográficas ao Oriente, os relatos fotográficos e textuais de estrangeiros sobre o Brasil também contribuíram para reforçar imaginários, sustentados pelos europeus, sobre a vida e a natureza na recém-criada nação brasileira. Pode-se dizer que quando se referiam à fauna e à flora brasileiras, os membros das expedições científicas tendiam a se orientar pelas imagens que sustentavam o espelho do paraíso. A vida social nas vilas, nos sertões e nas selvas era, quase sempre, orientadas pelos códigos culturais que alicerçavam o espelho rústico, selvagem e atrasado. Vista como uma nação “que por assim dizer, não tem passado” – para usar uma expressão do médico e cientista Johann Emanuel Pohl em Viagem ao Interior do Brasil (1817-1821) – a pujança de sua natureza alimentou a projeção de futuro grandioso". (BORGES, 2011: 101). As fotografias de viagem, já naquela época eram produto de um mundo que se tornava cada vez menor e se fazia conhecer através da circulação de imagens, estas por sua vez, se tornavam parâmetros universais de interferências públicas, urbanas e de consumo, influenciando inclusive relações sociais (o modo de ver o outro). Ainda de acordo com BORGES (2011) o imaginário estrangeiro definia de certa maneira como o Brasil era visto lá fora, associado a isto estavam as difíceis condições de produção dessas imagens, quer repercutiam num modo de olhar, cheio de metáforas e mensagens culturais, uniformizando não apenas o modo de ver o mundo, mas também o consumo dessas imagens por onde quer que passassem os viajantes europeus. Negros, índios e a gente do interior também ganham interesse ao olhar dos estrangeiros como parte de um Brasil, exótico e primitivo, que ao mesmo tempo guardava um futuro grandioso. Vale mais uma vez destacar que esse olhar refletia o pensamento da época atravessado pelo eurocentrismo e pelo etnocentrismo e que deixou rastros até os dias atuais. Referências: BASTOS, Maria Teresa Ferreira. Imagens secretas: fotografias da Polícia Política no acervo do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. In: Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Nº 4 – 2010. Disponível em:http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204432/4102201/revista_AGCRJ_4_2010.pdf BORGES, Maria Eliza Linhares, História & Fotografia. Belo Horizonte: Editora Autentica, 2011.

SOBRE FOTOGRAFIA 3: DIGITAL -Por Marcelo Valle

O surgimento da fotografia digital no terço final do século XX corrobora ainda mais a importância do papel da fotografia, que passa agora a ocupar também os espaços virtuais entre pixels, sites, blogs, fotologs, redes de relacionamento, atingindo uma escala global em poucos segundos. Se, por um lado, as imagens fotográficas ganharam espaço através da geração e difusão de imagens em proporções nunca antes imaginadas, por outro, tornam-se cada vez mais efêmeras, quase descartáveis. De certa forma vem “esvaziando” uma de suas características mais fascinantes, o suposto poder de perpetuação de um momento por toda eternidade. Como dizem SANTAELLA & e NOTH (1999: 133): "A imagem fotográfica fixa, estável, congelada, imutável, disponível para sempre nos dá uma espécie de posse vicariante do objeto, algo que pode ser conservado e olhado repetidamente, sem qualquer espécie de limite. Longe de vir do objeto, o limite vem de nós mesmos. As fotografias sobrevivem não apenas a nós, mas a muitas gerações." Ao longo dos anos a fotografia sofreu mudanças radicais desde o suporte da imagem, antes revelada em um substrato “físico” como um filme, até ganhar novas características, na medida em que é associada aos telefones celulares e outros meios de tecnologia móvel. Ganhou uma nova portabilidade, nova mobilidade e até outra “instantaneidade”, associada aos processos de transmissão e circulação dessas imagens. Cria também novas formas de sociabilidade, como grupos de fotógrafos ou de amigos que compartilham e trocam imagens virtualmente. Referência: SANTAELLA, Lucia e NOTH, Winfried. Imagem - Cognição, semiótica e mídia.São Paulo: Editora Iluminuras, 1999

quarta-feira, 2 de abril de 2014

SOBRE FOTOGRAFIA 2: FOTOGRAFIAS DE ESCRAVOS POR CHRISTIANO JR- por Marcelo Valle

Fato inusitado (ou talvez nem tanto) são as fotos de Christiano Júnior, datadas de 1865, que retratou negros escravos em seu estúdio no Rio de Janeiro, usando a mesma lógica dos carte-de-visité, no entanto, sem o aparato burguês, nos legando a maior coleção de fotografias de escravos brasileiros. Christiano fotografou negros simulando suas atividades de trabalho, os chamados escravos de ganho, floristas, ambulantes, barbeiros, vendedores de todo tipo, com o objetivo vendê-las para estrangeiros ou para brasileiros que estivessem viajando para o exterior. Imagens que, como nos lembram JAGUARIBE & LISSOVISKY (2005:54), não se enquadravam nos paradigmas antropológicos das classificações étnicas e raciais e também não eram ilustrações científicas. Acabam por fim se tornando verdadeiras aberrações, pois são segundo esses autores, duplamente incongruentes. A primeira incongruência está no fato dessas fotografias irem contra o próprio formato do carte-de–visité e suas características burguesas, que ressalta que o escravo estava ali deslocado, sem sua imagem social e destituído de um caráter individual, aquela imagem naquele lugar não lhe pertenciam. A segunda incongruência está na cena propriamente dita, em que ao representar a si mesmo, e ter feito a transposição do cotidiano das ruas para dentro do estúdio, a imagem ganhou um ar de “realismo descontextualizado”. A coleção completa de imagens produzidas pelo fotógrafo Christiano Jr., localizada no acervo do Arquivo Central do Iphan/Rio de Janeiro, é formada por cinquenta peças. Referência: JAGUARIBE, Beatriz, LISSOVISKY, Maurício. O Visível e os invisíveis: imagem fotográfica e imaginário social. In: O Choque do real: estética, mídia e cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. —

SOBRE FOTOGRAFIA: A Coleção Thereza Christina - Por Marcelo Valle

A fotografia assim que inventada chegou com grande rapidez ao Brasil, algo surpreendente, se considerarmos a nossa condição periférica no cenário mundial, nossa sociedade escravocrata e a considerável distância que nos separa da Europa (VASQUEZ, 2003). Uma matéria publicada no Jornal do Commercio, do Rio de janeiro, em 1839 dá destaque especial ao daguerriótipo, notável descoberta francesa e sua grande perfeição e realismo (MAGALHÃES & PEREGRINO, 2004) . Cinco meses após o anuncio oficial de sua descoberta, a daguerreotipia chega ao Rio de Janeiro a bordo do navio escola francês L’Orientale nas mãos do abade Louis Compte, amigo pessoal de Louis-Jacques Mande Daguerre, inventor do daguerriótipo. As primeiras fotos realizadas no Brasil foram feitas por Compte, uma série de três vistas: o Paço Imperial, o Chafariz do Mestre Valentim e o Mercado da Praia do Peixe. Não se sabe ao certo quando, mas o fato é que essas fotografias chegaram até o jovem imperador, que demonstrou interesse imediato pela invenção e se tornou um de seus maiores propagadores, adquirindo ele mesmo uma máquina. Dom Pedro II cria um acervo composto de aproximadamente 25 mil fotografias e que foi doado à Biblioteca Nacional recebendo o nome de Coleção D. Thereza Christina. Segundo a página digital da Biblioteca Nacional : nesse legado havia uma enorme quantidade de fotografias, avulsas e em álbuns; referentes ao Brasil e a países estrangeiros; registrando viagens oficiais do staff do Império do Brasil, fatos, paisagens, acontecimentos históricos; fotografias de muitas partes do Brasil; recebidas por doação durante as viagens que empreendeu ou ainda que adquiria dos fotógrafos itinerantes. Muito da constituição desse acervo fotográfico se deve ao espírito inquieto e indagativo do Imperador, que buscava constantemente se enriquecer e se atualizar, estando em dia com os acontecimentos e descobertas que então aconteciam na Europa. Essa coleção é um bom exemplo da apreensão de um grande número de temas, como foi lembrado por SONTAG (1981), e também se reflete na fotografia feita no Brasil a partir de um olhar eurocêntrico e positivista, destacam-se assim: fotografias de caráter científico, antropológico, astronômico, arqueológico, biológico, geológico; fotografias de personalidades europeias, pertencentes a outras casas imperiais, além de personalidades do mundo das artes e das letras; fotografias de acontecimentos históricos e/ou marcantes no desenvolvimento e progresso do país; fotografias de viagens do Imperador e suas comitivas a países orientais, bem como tipos e aspectos desses povos; fotografias de curiosidades, peças de museus e exposições, monumentos. E muitas e muitas imagens da família imperial. Referências: Biblioteca Nacional Digital, http://bndigital.bn.br/200anos/therezaChristina.html, acesso em 10 de março de 2013. Parte da coleção digitalizada pode ser vista em: http://bndigital.bn.br/projetos/terezacristina/index.htm MAGALHÃES, Angela, PEREGRINO, Nadja. Fotografia no Brasil: um olhar das origens ao contemporâneo. Rio de Janeiro: Funarte, 200. SONTAG, Susan. Ensaios sobre a Fotografia. Tradução de Joaquim Paiva. Rio de Janeiro, Arbor 1981. VASQUEZ, Pedro Karp. O Brasil na Fotografia Oitocentista. São Paulo:Metalivros, 2003.

quinta-feira, 27 de março de 2014

AH...NÃO!

Hora do almoço. Liguei a televisão. Entre as tantas possibilidades de execer meu livre arbítrio oferecidas pelo controle remoto da TV a cabo, zapiei, zapiei e acabei ali, no indigesto programa "Alerta Geral", da rede Record, que naquele momento falava sobre a invasão da Maré.Logo em seguida o apresentador mudou radicalmente de assunto, e começou a falar sobre o novo programa da TV Record que estreiará em breve e irá abalar a televisão brasileira.Entrou então, uma pequena "matéria" vendendo o programa- que por sinal, não me lembro o nome. Dentro das novidades estava uma reportagem que propunha acompanhar a "exótica" vida de um casal de anões- ele, o anão Marquinho(,apresentador de outro programa que eu também não conheço).Ela,anã, Juliana. Grávida. Imagem vai, imagem vem, até que o nosso gigante apresentador do Alerta Geral tece o seguinte cometário: _Casal de anão e anã, pode ser que nasça uma criança! ENGASGUEI! Afinal o que se espera de um relacionamento entre um homem e uma mulher, dois seres humanos, é que nasça uma criança, não? Que pode nascer anã ou não! o que ele esperava? UM FILHOTE?!

ENCOXANDO A VERDADE: ESTUPRA MAS NÃO MATA!

Ai..ai.. não foi o velho gatuno Maluf que disse durante a campanha eleitoral de 1989 a infeliz e profética frase : "Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata!”. Pois é , tem muita gente levando isso a sério e na prática, vide os casos dos "encoxadores" no metrô de São Paulo. Eu sempre achei que pra ser machista, não precisava ser macho, amarga vida! Achava...agora, infelizmente, me deparo com uma estrannha pesquisa. Brasileiro adora pesquisa, ainda mais se passar no jornal e for daquelas bem "científicas", cheias de especialistas especializados em dar opinião, mas essa não, parece mesmo séria, o que é pior! Primeiro assisti na tv, depois, não acreditando, fui "confirmar" na internet, lugar onde as verdades se confrontam (ham...ham,,,). A tal pesquisa é do IPEA, não é bem uma pesquisa, mas um estudo chamado "Tolerância social à violência contra as mulheres', que aponta que "mais da metade dos brasileiros acredita que o comportamento feminino influencia nos estupros", para ser mais exato, 58, 5%! A maioria das pessoas entrevistadas, 66,5% eram mulheres. ABSURDO! ESTOU ENGANADO,OU ISSO SIGNIFICA QUE A TAL PESQUISA INDICA QUE AS MULHERES ESTÃO CULPANDO AS PRÓPRIAS MULHERES POR SEREM VIOLENTADAS?!!!

terça-feira, 25 de março de 2014

A palavra nos faz humanos. A memória nos faz humanos. Os sonhos, bem...como disse Goya: "O Sonho da razão produz monstros!"

Não me entendam mal, não sou contra a Comissão da Verdade, ao contrário, acho que ela demorou tempo demais sendo negociada. Sim, trata-se de uma negociação, afinal são crimes de Estado, como eu disse anteriormente e, a meu ver, o Estado "Democrático" negociou ( e negocia) com o Estado "Ditatorial". Muita coisa se perdeu, documentos, fotos, arquivos e arquivos. Outros tantos continuarão inacessíveis, mesmo com a Comissão da Verdade. Aqueles Marechais, Coronéis, Capitães, Majores, enfim, TORTURADORES, continuam aí, livres, na reserva, com suas famílias, filhos e netos. Alguns desses TORTURADORES como é o caso do Tenente Coronel Paulo Malhães confessam seus crimes, sem remorso, nem sinal de culpa.Afinal, cumpriam com o seu dever para com a Nação! Nação que apoiava a Ditadura? Que era contra as ameaças comunistas? Que não tinha acesso à informação? Sim, tínhamos censura, mas também tínhamos conivência. Há bem pouco tempo o povo gritava na rua: " A verdade é dura, a Globo apoiou a Ditadura!". Hoje o senhor Bonner, no Jornal Nacional, não tem como não falar da Comissão da Verdade, seria descaramento demais! No dia 13 de agosto de 2013, quando as manifestações ainda ferviam, o Globo publicou um mea culpa, dizendo que de fato publicou um editorial em que apoiava a Ditadura, a História estava aí para provar. Criticou a si e dividiu a culpa com outros tantos jornais, inclusive o JB: "A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais." Repito! A palavra nos faz humanos. A memória nos faz humanos. Os sonhos, bem...como disse Goya: "O Sonho da razão produz monstros!"

segunda-feira, 24 de março de 2014

RESQUÍCIOS DA DITADURA - SEGUNDA LIÇÃO: O ESTADO ENCOBRE OS CRIMES DO ESTADO

Não podemos esquecer que os assassinatos, torturas, desaparecimentos, distanciamentos e silenciamentos cometidos pela ditadura militar são crimes do Estado contra seus cidadãos, embora esse mesmo Estado não reconhecesse na maioria das vezes o que era um "cidadão". No meu entendimento, o Exército serve ao Estado e não aos seus cidadãos (não?). Um cidadão de fato sempre foi uma ameaça ( e continua sendo). Tenho a estranha sensação de que a criação das Comissões da Verdade, na verdade, encobrem muitas verdades! Espero estar errado, mas algo me parece podre, e algumas "verdades" continuarão encobertas, não me perguntem o porquê. Sinto, apenas sinto, que apesar de muitos avanços que o regime democrático nos proporcionou, algumas verdades ainda repousam no lodo, no fundo dos rios, no silêncio dos que já se foram e lá continuarão. Há um estranho acordo de cavalheiros entre os governos militares e os governos democráticos, não sei ao certo, mas parece se tratar de uma espécie de política de compensações, uma moeda de troca política, uma sombra que paira no ar. O fato é que o Estado vai continuar a encobrir os crimes do Estado!

RESQUÍCIOS DA DITADURA - PRIMEIRA LIÇÃO: A CORPORAÇÃO ENCOBRE OS CRIMES DA CORPORAÇÃO

Vocês sabiam que os crimes praticados por um militar fora do serviço, mas com arma da corporação são ainda definidos como crimes militares? Portanto se um policial militar estiver prestando um "serviço extra", como muitas vezes prestam, seja na milícia, nos esquadrões, ou na "segurança" privada e por ventura forem presos, eles serão julgados ( se o forem) pela justiça corporativista militar. E como temos visto recentemente, seja no caso do assassinato da juíza Patrícia Acioli- em que os sete condenados, incluindo um tenente demente coronel, até o momento NÃO foram expulsos da corporação. Ou no caso do assassinato da jovem Cláudia, que depois de ser atingida, foi colocada e tratada como um saco na parte traseira de uma viatura da corporação e depois arrastada por metros e metros - os três policiais envolvidos no "episódio" estão livres e já haviam cometido DIVERSOS CRIMES, que a corporação não considera crimes, mas " auto de resistência" e não os expulsou!

segunda-feira, 17 de março de 2014

A "Cidade Sorriso" tem os dentes podres!

Quando mudei para Niterói, se não me engano, há pouco mais de 10 anos, a cidade se orgulhava de ser a quarta cidade do País em termos de qualidade de vida, confesso que não sei bem quais os critérios, mas mesmo se soubesse desconfiaria deles. Um hotel, ao lado Plaza Shopping, fazia questão de ostentar o título em uma de suas paredes externas, uma parede que, ironicamente, ficava voltada para o Morro do Estado. Outra ironia: o Morro do Estado é considerado pela prefeitura como bairro. Mas será que tem o mesmo tratamento que um bairro? Acho que não preciso responder, preciso? Para o IBGE e para o resto da cidade, o Morro do Estado, continua sendo o que quase sempre foi, algo subnormal! Sim, nada mais que um aglomerado subnormal... Ocupamos agora a décima segunda colocação,( e continuo desconfiando) isso não significa muita coisa, eu sei. O Morro do Preventório, lugar em que fiz muitos amigos, que me acolheu, ganhou um PAC, mas perdeu a paz, ( uma paz discutível, é verdade). O tráfico se instalou, já não podemos circular, a cidade diminuiu, pra mim, pra todos. Todo mundo sabe, não sabe? Sobretudo a polícia! Essa mesma polícia que faz vista grossa à entrada das armas e que garante a segurança dos passageiros do catamarã. A mesma que pega o arrego e que garante as vendas...

PARA NÃO DEIXAR ESQUECER: Os religiosos e os 800 mil mortos em Ruanda

Não dá para esquecer o massacre perpetrado por extremistas hutus contra tutsis e hutus moderados, em Ruanda, entre 6 de abril e 4 de julho de 1994 . Cerca e 800 mil pessoas foram assassinadas! As atrocidades envolveram também os religiosos. Muitos clérigos de várias denominações se posicionaram a favor de sua etnia. Padres, freiras, pastores e bispos tomaram o seu partido em ambos os lados. Pelo menos 300 clérigos e freiras foram mortos por serem tutsis ou porque estavam ajudando os tutsis. Outros, da etnia hutu, apoiaram ou até mesmo colaboraram com os matadores. Um dos casos que se tornaram muito conhecidos foi o que envolveu o Dr. Gerard Ntakirutimana, 45, médico missionário que trabalhava em um hospital da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Mungonero, e seu pai, Elizaphan Ntakirutimana, um pastor protestante. Os membros do Tribunal Penal Internacional para Ruanda condenaram por unanimidade o Dr. Ntakirutimana, por genocídio e por crimes contra a humanidade. Ele foi sentenciado a 25 anos de prisão, pela morte de duas pessoas e por atirar em refugiados tutsis em vários locais. Foi condenado também por participar de vários ataques contra tutsis na Colina de Murambi e na Colina de Muyira. Seu pai, o Pastor Elizaphan Ntakirutimana, 78, presidente da associação da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Mugonero, no oeste de Rwanda, foi condenado a 10 anos de prisão por crimes menores. O Pr. Elizaphan levou os atacantes para Igreja Adventista de Murambi, em Bisesero, onde era pastor presidente, e ordenou a remoção do telhado do edifício, a fim de localizar os tutsis que lá estavam abrigados. O ato conduziu à morte de muitos dos que estavam no local. Ele também levou os atacantes a vários locais, para caçar tutsis. De acordo com a BBC, centenas de tutsis, dentre membros e pastores, que procuraram refúgio na igreja e no hospital adventista, enviaram uma carta ao Pr. Elizaphan Ntakirutimana pedindo socorro. A carta, segundo a BBC incluia a frase: "Nós desejamos informá-lo de que amanhã seremos mortos juntamente com nossas famílias". A resposta do Pr. Elizaphan Ntakirutimana foi de que eles deviam se preparar para morrer. As milícias hutu, segundo testemunhas, chegaram pouco tempo depois com os Ntakirutimanas. Só alguns tutsis sobreviveram a agressão. Os Ntakirutimanas disseram no tribunal que eles tinham deixado a área antes das matanças. O Pr. Elizaphan Ntakirutimana fugiu para os Estados Unidos depois do massacre, mas foi extraditado para a Tanzânia.

FRESCOR DE ARREPIAR!!! FOTO: Marcelo Valle

A Sociologia...

A Sociologia talvez não merecesse uma hora de esforço se ela tivesse por fim apenas descobrir os cordões que movem os indivíduos que ela observa, se esquecesse que lida com homens e mulheres mesmo quando aqueles homens e mulheres, à maneira de marionetes, jogam um jogo cujas regras ignoram, em suma, se ela não tiver como tarefa restituir a esses homens e mulheres o sentido de suas ações. Pierre Bourdieu, O camponês e seu corpo.

JORNAL DO SBT II- SE MATA!

Esse ser "Sheherazade", que por sinal tá bem longe das mil e uma noites, tá legitimando "a terra sem lei" , assinando embaixo de um discurso e de atitudes de extrema direita que justifica o uso de esquadrões da morte, milícias, grupos paramilitares, ou seja, tá compactuando e incentivando ações fascistas,indo muito além de falar merda! Falando em nome dos "cidadãos de bem". NÃO TÔ AQUI PARA DEFENDER O ESTADO, LONGE DISSO , a história taí para provar. Se vocês têm um pouco de memória, vale remomorar a Candelária, Vigário Geral, Eldorado, Pataxó, espancamento de uma "empregada" na barra, e tantos outros assassinatos e eliminações. Não venham dizer que vão fazer justiça com as próprias mãos, que as forças públcas não resolvem os problemas, resolvem sim , para as elites, mantendo uma "paz" necessária até onde interessa. Tá se sentindo ameaçado, por quem? pela pobreza?! Não se trata de fazer a pessoa "passar vergonha" , o "marginalzinho" como essa "jornalista" disse em canal aberto, uma concessão pública...( entramos aí na questão da democratização da comunicação e da formação de opinião). O que foi feito pelos jovens contra esse outro jovem é uma atitude de extrema violência física e simbólica e serve para expor o que essas pessoas pensam! Ahhh se quer fazer justiça com as próprias mãos , SE MATA!!!

JORNAL DO SBT

Joseval Peixoto ( que rima com escroto) apresentando Raquel Sheherazade: _ Rachel, nós estamos juntos há três anos, o Brasil já te admira, pelas suas posições firmes. E a gente já conhece você, uma mulher cristã, mãe de filhos, mulher dura. (OLHA AÍ O DISCURSO, DEUS E FAMÍLIA, QUE A GENTE JÁ CONHECE). E eu pergunto a você, vamos ser aberto com esse Brasil que nos acompanha (Joseval abrindo os bracinhos para incrementar o espetáculo , enquanto isso Rachel Xerecarde , olha para baixo com um risinho cínico )...Lá vem a pergunta ( ele agora com as mãos unidas, como se estivesse em oração, eleva os braços e direciona para Xerecarde) _ Rachel você é a favor da violência? Tchan....! A moça levanta a cabeça e responde, agora olhado para ele:_ Joseval Peixoto, absolutamente não , eu sou uma pessoa do bem, né? (NÉ?!!) Estou do lado do bem como diria Renato Russo com a luz e com os anjos. Jamais defenderia a violência....BLÁ...BLÁ..BLÁ! DEPOIS DISSO O QUE ERA RUIM FICOU PIOR! Ela disse que bate na violência, que defende os cidadãos de bem que não tem polícia, que defende a segurança e pra fechar com chave de ouro o digníssimo Escroto, digo, Peixoto, ainda vem dizer que o cidadão tem direito à informação e à opinião!!!! COM CERTEZA ISSO DÁ UMA BOA ANÁLISE DO DISCURSO, TRAZ À TONA UM RETRATO DA GRANDE MÍDIA BRASILEIRA, O SHOWRNALISMO QUE SE FAZ AQUI,MAIS QUE NUNCA É PRECISO DE FATO DEMOCRATIZAR A COMUNICAÇÃO! BOM, PARO POR AQUI, SERÁ QUE AINDA É PRECISO DIZER MAIS?!

EDITORIAL DO JORNAL NACIONAL- MORTE DO CINEGRAFISTA SANTIAGO

ACHEI O EDITAL DO JORNAL NACIONAL DE ONTEM ( 10/02/2014), DÁ PARA ENTENDER BEM COMO "PENSA" A GRANDE MÍDIA BRASILEIRA, ESSA MESMA MÍDIA QUE SEGUNDO SI MESMA "BUSCA SEMPRE A ISENÇÃO E A CORREÇÃO ( AQUI NO SENTIDO DAQUILO QUE É CORRETO DE ACORDO COM SEUS PRÓPRIOS INTERESSES) PARA INFORMAR O CIDADÃO. MÍDIA QUE NOS GARANTE ESTARMOS INFORMADOS DE FORMA AMPLA E PLURAL!!! ACREDITO QUE SERES INTELIGENTES VÃO SE DIVERTIR COM A LEITURA: Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes Santiago Andrade. É a sociedade. Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores do que os outros profissionais. Mas é essencial, numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. E o cidadão, informado de maneira ampla e plural, escolha o caminho que quer seguir. Sem cidadãos informados não existe democracia. Desde as primeiras grandes manifestações de junho, que reuniram milhões de cidadãos pacificamente no Brasil todo, grupos minoritários acrescentaram a elas o ingrediente desastroso da violência. E a cada nova manifestação, passaram a hostilizar jornalistas profissionais. Foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove. Também a polícia errou - e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão. A violência é condenável sempre, venha de onde vier. Ela pode atingir um manifestante, um policial, um cidadão que está na rua e que não tem nada tem a ver com a manifestação. E pode atingir os jornalistas, que são os olhos e os ouvidos da sociedade. Toda vez que isso acontece, a sociedade perde, porque a violência resulta num cerceamento à liberdade de imprensa. Como um jornalista pode colher e divulgar as informações quando se vê entre paus e pedras e rojões de um lado, e bombas de efeito moral e bala de borracha de outro? Os brasileiros têm o direito de se manifestar, sem violência, quando quiserem, contra isso ou a favor daquilo. E o jornalismo profissional vai estar lá - sem tomar posição a favor de lado nenhum. Exatamente como o nosso colega Santiago Andrade estava fazendo na quinta-feira passada. Ele não estava ali protestando, nem combatendo o protesto. Ele estava trabalhando, para que os brasileiros fossem informados da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e pudessem formar, com suas próprias cabeças, uma opinião sobre o assunto. Mas a violência o feriu de morte aos 49 anos, no auge da experiência, cumprindo o dever profissional. O que se espera, agora, é que essa morte absurda leve racionalidade aos que contaminam as manifestações com a violência. A violência tira a vida de pessoas, machuca pessoas inocentes e impede o trabalho jornalístico, que é essencial - nós repetimos - essencial numa democracia. A Rede Globo se solidariza com a família de Santiago, lamenta a sua morte, e se junta a todos que exigem que os culpados sejam identificados, exemplarmente punidos. E que a polícia investigue se, por trás da violência, existe a

Tô com a pulga atrás da orelha! Dia 11 de fevereiro de 2014

CARAIÔ!!!
!!! Dois jovens foram mortos na Praça Seca, zona Oeste do Rio, o que gerou um protesto nessa manhã por parte dos moradores da Chacrinha. Bem, quando o jovem da favela é morto, ou era traficante ou tava no lugar errado. Segundo a polícia - QUE ATIROU NOS JOVENS- eles estavam em duas motos e carregando fuzis! No entanto, segundo os moradores, os jovens estavam sem camisa e carregando um peça de moto. MAS CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO a polícia apreendeu uma pistola 765 com eles , MAS ONDE ESTAVAM OS FUZIS?!!! AH , me dá licença que eu vou chorar mesmo é com a morte do CINEGRAFISTA, tá certo?

SONHO BOVINO

Sonhei que SONHO era um boi. Um velho dizia um velho ditado: onde a vaca vai o boi vai atrás, coitado! E se a vaca foi para o brejo, o SONHO se foi?Diziam que SONHO era um boi...

Sujeito Intransitivo direto - por Marcelo Valle

Todo mundo nessa vida está sujeito a ser predicado. Até que o coitado se descobre subordinado, transborda, não concorda mais com qualquer pessoa nem com o verbo! Intransitivo, vai para a rua e pára o trânsito! Grita bem alto: não me venha com metáforas!!!