quinta-feira, 3 de abril de 2014

SOBRE FOTOGRAFIA 3: DIGITAL -Por Marcelo Valle

O surgimento da fotografia digital no terço final do século XX corrobora ainda mais a importância do papel da fotografia, que passa agora a ocupar também os espaços virtuais entre pixels, sites, blogs, fotologs, redes de relacionamento, atingindo uma escala global em poucos segundos. Se, por um lado, as imagens fotográficas ganharam espaço através da geração e difusão de imagens em proporções nunca antes imaginadas, por outro, tornam-se cada vez mais efêmeras, quase descartáveis. De certa forma vem “esvaziando” uma de suas características mais fascinantes, o suposto poder de perpetuação de um momento por toda eternidade. Como dizem SANTAELLA & e NOTH (1999: 133): "A imagem fotográfica fixa, estável, congelada, imutável, disponível para sempre nos dá uma espécie de posse vicariante do objeto, algo que pode ser conservado e olhado repetidamente, sem qualquer espécie de limite. Longe de vir do objeto, o limite vem de nós mesmos. As fotografias sobrevivem não apenas a nós, mas a muitas gerações." Ao longo dos anos a fotografia sofreu mudanças radicais desde o suporte da imagem, antes revelada em um substrato “físico” como um filme, até ganhar novas características, na medida em que é associada aos telefones celulares e outros meios de tecnologia móvel. Ganhou uma nova portabilidade, nova mobilidade e até outra “instantaneidade”, associada aos processos de transmissão e circulação dessas imagens. Cria também novas formas de sociabilidade, como grupos de fotógrafos ou de amigos que compartilham e trocam imagens virtualmente. Referência: SANTAELLA, Lucia e NOTH, Winfried. Imagem - Cognição, semiótica e mídia.São Paulo: Editora Iluminuras, 1999

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